terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sofrimento Mental: doença mental




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O doente mental ainda é representado pela maioria da população, como também por profissionais e estudantes da área de saúde, como um “outro” perigoso, um ser “fora de si”, irresponsável, incapaz ou bizarro. As representações sociais associam
tais comportamentos à incapacidade social, à impossibilidade de estabelecer trocas sociais. Portanto, as nossas concepções de como cuidar do doente mental devem passar necessariamente pelo reconhecimento do significado social da doença mental e
do valor simbólico da loucura (OLIVEIRA, 2007, p. 3).
A convivência com os usuários deixou claro também que é frágil e delicada a linha que nos separa da loucura.
Postula-se que a linha, ao invés de separar, isolar e excluir, como historicamente tem sido essa prática, pode ser usada para conectar, unir. A reforma psiquiátrica brasileira busca modificar a relação da sociedade com as pessoas que sofrem de transtornos mentais, formando redes de solidariedade que favoreçam a construção de uma sociedade mais livre e tolerante.
A universidade através de suas ações extensionistas tem uma função importante nesse processo de construção de um novo espaço social para sujeitos psiquiatrizados. O conhecimento produzido deve ser colocado a serviço de uma sociedade mais justa, com menos desigualdade social e mais saudável. A residência terapêutica ora
discutida caminha nessa direção, como atividade de extensão busca contribuir para a construção da cidadania, a reabilitação, a autonomia e a inclusão social.
Faz-se necessário estabelecer uma aliança com a sociedade para desconstruir o estigma que secularmente acompanha o doente mental, tido como ser incapaz, perigoso, não sociável. Essa aliança vem sendo estabelecida
pelos profissionais do CAPS de Cajazeiras, mas precisa ser mais efetiva, com ações permanentes, só assim, será possível a construção de espaços em que convivam iguais e diferentes, singulares e plurais, como é a proposta
das residências terapêuticas.
As residências terapêuticas devem ser de natureza pública e estarem integradas à rede dos SUS. O suporte de caráter interdisciplinar deve ser o CAPS, nos municípios que estejam em funcionamento esse serviço. O acompanhamento deve ser sistemático, com suporte profissional competente e sensível levando-se em consideração às demandas de cada um, ou seja, a singularidade de cada um dos moradores. O número de
usuários da residência pode variar de 1 (uma) até no máximo 8 (oito) pessoas. A equipe deve ser constituída no mínimo pelos seguintes profissionais: um profissional de nível superior da área de saúde com formação,
especialidade ou experiência na área de saúde mental; 02 profissionais de nível médio com experiência e/ou capacitação específica em reabilitação psicossocial (BRASIL, 2004; BRASIL, 2005).

Fonte: BRASIL, M. S. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Residências terapêuticas: o que são, para que servem.
Brasília, 2004;
BRASIL, M. S. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma
Psiquiátrica e Política de Saúde Mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de
Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005.

OLIVEIRA, F. B. de. Construindo saberes e práticas em saúde mental. João Pessoa: Editora da UFPB, 2002.
OLIVEIRA, F. B.; SILVA, K. M. D. Concepções sobre a prática da enfermeira nos Centros de Atenção
Psicossociais. In: II CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDRAL DE
CAMPINA GRANDE, 1., 2005, Campina Grande.
OLIVERIA, F. B. Doença mental e (re)integração social: uma relação possível? Projeto PIBIC/CNPq/UFCG.
2007. 16p.

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